Desde que o mundo é mundo, queijo e vinho resultam em experiências impagáveis. A tanicidade e o amargor promovem sensações as quais são impossíveis de se descrever.
Mas nem tudo são flores, quando tentamos combinar sabores e texturas, não é mesmo?
Justamente por isso, preparamos esta matéria especial para você fazer bonito!
Seja no encontro romântico ou na recepção de amigos, estes dois farão toda a diferença! Basta reconhecer nossa intenção e, a partir dela, trabalhar na busca pela perfeição.
E pode contar conosco! Será um prazer guiar você nessa viagem pelo mais fino que o paladar pode oferecer. Você nos acompanha? Então, tintim!
Inverno é tempo de queijo e vinho
Baixas temperaturas são convite para unir queijo e vinho. Justamente por isso, a combinação impera gloriosa durante o inverno.
Ocorre que, neste período, ficamos muito mais dispostos a sabores fortes e marcantes. Ainda, nossas reuniões rendem-se à intimidade, em cantinhos quentes e aconchegantes.
Não à toa, casas de fondue ficam repletas de casais e famílias, no inverno. E, nelas, queijo e vinho não perdem em nada para os drinks doces e mergulhos de morango em chocolate.
Contudo a harmonização deve ser precisa, se buscamos uma experiência ímpar. E, para isso, conhecer as estruturas da construção do paladar torna-se irremediável.
Vejamos, então, como combinar queijo e vinho com maestria. Orientaremos as recomendações pautando-nos nos queijos, tudo bem?
Unindo queijo e vinho para uma noite especial
O planejamento de uma experiência queijo e vinho determina o sucesso da empresa. Possuir opções é tão importante quanto combinar bem o paladar.
Assim, recomenda-se montar de quatro a sete alternativas. E, óbvio, não é obrigatório que todos os presentes desfrutem de todas, tudo bem?
Objetiva-se, com isso, agradar às mais diversas preferências. Desse modo, quanto mais convidados, mais opções fazem-se necessárias.
No entanto, tratando de uma experimentação a dois, pode-se evitar o exagero sem culpas. Especialmente quando já se conhece as preferências de sua companhia.
E, sim: todo queijo é divino, e promove sensações e sabores maravilhosos. Mas lembre-se que o evento de degustação de queijo e vinho requer requinte e sofisticação.
Por isso, dentre as alternativas, focaremos no que há de melhor. Tudo isso, claro, sem abrir mão da acessibilidade. Não queremos que as sugestões te sejam um tormento, tudo bem?
Trabalharemos, assim, com queijos finos, porém disponíveis em praticamente todas as cidades.
Já quanto aos vinhos, mais que rótulos, ofereceremos orientações de uvas e preparos. No fim, você terá todos os passos a seguir, mas continuará com autonomia para escolher. Combinado?
A harmonização de queijo e vinho de forma prática e funcional
Há algo que me sinto obrigado a informar: apresentaremos um compêndio dos estudos da enologia, com relação a esta harmonização.
Entretanto jamais sinta-se intimidado por pensar diferente. Gostos são gostos. Cada pessoa possui o seu. Por mais que apresentemos o comum, você tem a chave para criar suas próprias harmonizações.
Nisso, importa pensarmos nos dois elementos imperativos destas convenções: queijo e vinho, mas separadamente.
Quanto ao queijo, não há muito a debater. Via de regra, bons queijos custam mais caro. Afinal, os processos que envolvem sua fabricação são produto de milênios de estudo.
Já sobre o vinho, temos que falar um tantinho. Porque, infelizmente, este produto sofre bastante com a questão das “marcas”.
Nisso, bons vinhos podem custar relativamente pouco, enquanto vinhos meramente “OK” custam caro. A diferença repousa, nestes casos, no marketing envolvido.
Assim, por mais que sites e especialistas recriminem uma adega, respeite seu paladar. Se o vinho de R$ 35,00 te parece excelente, confie em seus sentidos.
Pessoalmente — e longe de qualquer propaganda —, Concha y Toro e sua linha especial Casillero del Diablo roubam todos meus quereres.
E falamos de um vinho relativamente barato. Porém que não perde em nada para outras marcas que custam muito mais.
Digo isso tudo para reforçar que não há regras, quando há uma só: a satisfação de quem prova o jantar a queijo a vinho. Ouse, experimente e não pare por nada, tudo bem?
Falando de queijos, e comentando os vinhos
Mais que dizer “compre este e este”, trataremos queijo e vinho por generalizações. E, embora perigosas, elas servirão para garantir sua liberdade, ao experimentar.
Afinal, conseguir o sucesso ao unir queijo e vinho não é algo automático. Não se trata de algo que se consegue lendo um simples manual.
Você, com tentativas e, eventualmente, erros, pegará a receita da prática. Quem disser o contrário — sinto informar — estará mentindo. E não queremos isso.
Assim, passemos a considerar as categorias de queijos. Com base nisso, apontaremos vinhos ótimos e excelentes, que combinarão perfeitamente com eles.
Comecemos, assim, com os queijos curados duros — particularmente, meus favoritos.
Harmonizando queijos curados duros
Curados são os queijos que, durante o envelhecimento, recebem banhos e infusos que o reestruturem.
Normalmente, falamos de queijos que dependem de meses — ou anos — até estarem aptos para o consumo em sua máxima expressão.
Entre eles, ouso indicar os que seguem:
- Parmesão: príncipe dos queijos curados;
- Grana Padano: duro, semigordo e com textura granulosa;
- Gruyère: um presente da suíça para o mundo;
- Entre outros.
Dos três, definitivamente, o parmesão mostra o mais acessível. Pode ser adquirido às peças ou, com custo mais atraente, em fatias de, mais ou menos, um quatro de quilo.
Falamos de um queijo que beira o salgado, robusto e marcante. Quanto à textura, é seco, chegando, mesmo, a esfarelar-se, ao corte.
Aqui, há dois caminhos a seguir. O primeiro diz respeito à explosão, e pede o frio e conforto. O segundo, mais despojado, busca compensar o extremo, atingindo uma harmonia mais branda.
Confesso que o primeiro caminho é ousado e, para muitos, pouco atraente. Dentro da enologia, inclusive, é pouco recomendado. Mas deixo como um “talvez”, para que você prove.
Nesse caso, a união do parmesão com um vinho Carménère elevaria tudo ao ápice. A robustez de ambos digladiaria por espaço, provocando sensações mais pesadas e extenuantes.
Porém, dentro da tradição, o parmesão ganha mais intensidade se servido junto a um requintado vinho rosé forte. O frescor da bebida permitirá, assim, experiência mais prazerosa.
Há quem admita o parmesão servido com espumantes finos e, mesmo, vinhos brancos. Recomenda-se, assim, nesta perspectiva, pouquíssima adstringência, dando espaço à fruta.
No caso de queijos azuis
Tratando dos queijos azuis, Roquefort e Gorgonzola são imediatos, à mente.
Mesmo provindos de diferentes animais (já que o Roquefort é um queijo de cabra), promovem experiência similar.
Falamos de queijos quebradiços, de massa cremosa e com sabor verdadeiramente petulante. Tanto que, nos pratos em que são inseridos, são perfeitos ladinos.
Lidando com essas características, a obviedade se torna rainha. Assim, nada empata a harmonização dos queijos azuis com espumantes e vinhos doces, de mesa.
Há, desse modo, o alívio do paladar e o estresse, combinados em instantes.
Neste caso, em especial, o vinho do porto ganha importância. Sua suavidade marcante cabe perfeitamente bem como complemento da experiência.
Tratando dos queijos semiduros
Os semiduros são primos próximos dos curados duros. Levemente curados, mantêm um aspecto menos rígido, embora governem com seu sabor.
Nesta categoria, torna-se impossível não citar o queijo canastra à meia-cura. Um queijo brasileiríssimo, um tanto ácido, e repleto de sabor.
Do mesmo modo, brigando pelo que nos pertence, somos obrigados a apontar o queijo do reino. Com sua casquinha característica e tempero forte, seu lugar à mesa deve ser sempre presente.
Quanto a estes queijos — e una-se o Golda, embora não seja “nosso” —, espumantes são indispensáveis.
Torna-se possível, também, adotar outros vinhos, mesmo tintos. A única dica é: evite tanicidade a todo custo. Na dúvida, adote um rosé jovem e bastante frutado.
Curados cremosos
Os queijos curados e cremosos podem ser solução ou problema, numa prova de queijo e vinho. Mas, com o entendimento perfeito, o prazer torna-se incalculável.
Falamos, aqui, da ricota, do frescal e do cottage. Todos muito suaves, discretos e inefavelmente elegantes.
Ocorre que, nestes casos, a prudência pode jogar contra nós.
Assim, mesmo sem consenso, apostar no exagero pode resultar numa explosão sensorial. Por tal, que tal uni-los a um vinho pesado, gravemente tânico e encorpado?
Experimente, então, estes queijos com um belíssimo e nobre Shiraz. Tenho certeza que a experiência será ímpar!
Encerrando com o Brie
O queijo Brie é a menina dos olhos, dentre os queijos cremosos curados. Muitos são os degustadores que, instantaneamente, remetem seu sabor a oleaginosas.
Há algo, em sua maciez e candura da casca, uma menção tácita ao celeste e angelical.
Por isso, não é incomum que o sirvamos com vinhos brancos de mesa ou espumantes médios. Porque tudo torna-se calmo, ameno, quando o saboreamos.
Todavia, se pretende inserir um tinto na sua degustação, tudo bem! Apenas atente-se à adstringência, buscando que seja mínima.
Encerrando, esperamos ter ajudado você a realizar a noite de queijo e vinho dos seus sonhos. Com experiência, e seguindo nossas dicas, seu sucesso é garantido.
Foi um prazer gigantesco dividir experiências e conhecimentos com você.
Volte sempre! Adoramos ter você por aqui!
Até mais!